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Lábio Leporino e Fenda Palatina

Fig. 1. Fenda Palatina por trauma em felino de 5 anos

 As desordens e injúrias relacionadas ao palato primário (lábios, osso incisivo e pré-maxila) e palato secundário (palato duro e palato mole), em cães e gatos, são mais comuns do que pensamos, sendo chamadas de Fenda palatina ou Queilosquise, quando envolvem os lábios e Palatosquise, quando envolvem o palato. As causas podem ser de origem genética e embrionária ou adquiridas, como em traumas, podendo atingir tanto cães quanto gatos, porém sendo mais comum as adquiridas em felinos (Fig. 1) e as congênitas (desde o nascimento) em caninos (Fig. 2). Normalmente as congênitas ocorrem na fase embrionária e se dão pelo não fechamento da lâmina do palato, separando a cavidade nasal da oral.


Fig. 2. Paciente American Bully, 5 m, com Queilosquise

 As complicações que podem surgir são devidas a drenagem de líquidos que ocorre pela cavidade nasal e são desde tosses, espirros, secreção nasal, engasgos, dificuldade de deglutição a infecções respiratórios, dificuldade de ganho de peso em neonatos e perda de peso em adultos.





Fig. 3. Paciente American Bully com Queilosquise

 Pacientes Neonatos não devem passar por cirurgia até que possuam tecido suficiente para realização do procedimento, que normalmente ocorre após os três meses. Estes devem ser alimentados por sondas, caso necessário, e substitutos do leite até atingirem idade suficiente, ressaltando que, quanto mais avançada a idade do paciente, maior a chance de sucesso da cirurgia.


O paciente canino das fotos acima (Fig. 2 e 3), foi atendido desde o seu primeiro dia de vida, onde foram passados ao proprietário todas as orientações para que sobrevivesse até uma idade adequada ao procedimento. Podemos notar facilmente, nas duas figuras, o lábio fendido e uma comunicação oronasal entre o osso incisivo e a pré-maxila. O paciente passou pelo procedimento cirúrgico pela primeira vez aos 5 meses, tendo resultado regular e não muito satisfatório, porém que permitiu a aproximação dos tecidos e a facilitação para a segunda cirurgia. Vejam as figuras abaixo com aspecto final pós cirúrgico imediato (Fig 4 e 5) e pós dez dias de procedimento (Fig 6).

Fig. 4. Pós cirúrgico imediato (5m)
Fig. 5. Pós cirúrgico imediato (5m)


Fig. 6. Pós dez dias de cirurgia (5m)

Foi então esperado algum tempo para que os tecidos do paciente se regerassem e a condição anatômica permanente obtida. Tendo o paciente oito meses, foi submetido a um novo procedimento tendo como resultado o mostrado nas figuras 7, 8 e 10.

Fig. 7. Pós cirúrgico imediato (8m)
Fig. 8. Pós cirúrgico imediato (8m)









Fig. 9. Pós dez dias de cirurgia (8m)




Este artigo é para mostrar aos senhores proprietários que os pacientes com fenda palatina e, em especial, neste caso,  o lábio leporino, podem sobreviver, serem operados e obterem uma vida normal, falando tanto quanto ao aspecto fisiológico, quanto com relação ao aspecto estético.

Fig. 10. Paciente com 5 meses antes das cirurgias

Fig. 10. Paciente com 1ano, após as cirurgias
Fotos: Arquivo pessoal
Fontes: Small Animal Dentistry (CEDRIC TUTT), Odontologia em Pequenos Animais (ROZA), Odontologia para o Clínico de Pequenos Animais (GIOSO)

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